Clássicos Brasileiros: Cuscuz Paulista, Colorido e Atraente, é Aclamado Não Apenas em São Paulo

Cuscuz Paulista

O Cuscuz Paulista é um contraponto ao cuscuz nordestino por tratar-se de um prato salgado, que pode ser tanto uma refeição quanto um acompanhamento. Já o cuscus nordestino é consumido mais comumente no café da manhã, sendo considerado um prato de ‘sustança’ para encarar a labuta diária.

Mas o Cuscuz Paulista apesar de tido como prato tradicional em festas populares como as quermesses, festas juninas, Natal e Ano Novo, pode ser também encontrado em bares e restaurantes, geralmente em dias certos da semana. A versão mais tradicional se faz com sardinha, mas há variações com peixe fresco, camarão, frango, atum, palmito, carne de porco, linguiça, e vegetariana. Com todas essas opções de ‘recheio’, e o fato de poder ser consumido quente ou frio, fizeram o prato muito versátil e popular.

Origens do Cuscuz Paulista:

Provavelmente o cuscuz foi criado pelos berberes, povo que habitou o norte da África, por volta do Século XIII, e espalhou-se para outros povos da região. A iguaria chegou à Europa com a invasão dos mouros, e permaneceu popular entre portugueses, espanhóis e italianos mesmo após sua expulsão. E claro, chegou ao Brasil por intermédio dos portugueses, e aqui passou por modificações e adaptações. A base de sêmola de trigo, ou cevada, cedeu lugar ao milho e à mandioca, recebendo também influências indígenas.

Há também o lado folclórico, que relata o fato de os tropeiros e bandeirantes paulistas levarem os artigos para vendas e trocas todos juntos, e assim a farinha de milho absorvia o gosto de outros produtos, contribuindo para a formação da massa base desta receita.

Particularidade do Cuscuz Paulista:

Uma característica marcante no Cuscuz Paulista, é o fato de não ser preparado no vapor, como ocorre com o cuscuz nordestino. Ele é feito em uma panela e depois modelado em uma forma de bolo ou de pudim, aquelas com furo no meio. Quando desenformado, são cortadas fatias e servido no prato. Por não ser necessário o uso da cuscuzeira, necessária na preparação no vapor, facilitou e muito o preparo, motivo pelo qual se popularizou.

Ingredientes:

3 xícaras de farinha de milho, grossa ou flocão

1 pimentão vermelho, sem sementes, fatiado

2 a 3 latas de sardinha (uma só para decoração)

1 lata de milho-verde

1 lata de ervilha

2 latas de água ou caldo de legumes, frango ou carne

1 lata, caixa ou sachê de molho de tomate

1 cebola, picada

Sal, pimenta-do-reino e temperos a gosto

Azeite, quanto baste

Cheiro-verde a gosto

3 ovos cozidos para decorar

1 tomate para decorar

Como Fazer:

  1. Leve uma panela ao fogo com azeite, e refogue a cebola. Quando estiver transparente, junte o pimentão e refogue até amolecer.
  2. Junte a sardinha, a ervilha, o milho-verde, o molho de tomate, o cheiro-verde e os temperos.
  3. Coloque a águe e deixe ferver.
  4. Adicione a farinha de milho aos poucos, mexendo sempre para não empelotar.
  5. Quando a farinha estiver cozida e a massa mais uniforma e pastosa, ajuste o sal e retire do fogo.
  6. Unte com azeite uma forma com furo no meio. Nas laterais, coloque os ovos, o tomate e sardinha para decorar.
  7. Coloque a massa na forma, deixe esfriar e desenforme.

Como visto, o Cuscuz Paulista é um prato fácil de ser feito, mas rico em ingredientes e em sabor, transcendendo o simples ato de alimentar o corpo. Ao experimentar e compartilhar esse Cuscuz Paulista, você não apenas se delicia com uma explosão de sabores, mas também mergulha nas histórias e influências que moldaram a riqueza culinária desta região. Que cada bocado seja uma homenagem aos ingredientes, técnicas e amor que compõem esse prato icônico. Bom apetite!

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